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Leitura: A Epidemia Silenciosa
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Sociologia

A Epidemia Silenciosa

Rodrigo Bueno
Última atualização: julho 11, 2022 11:17 am
Rodrigo Bueno 12 minutos de leitura
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Em 2020 a pandemia do COVID-19 tomou o mundo de assalto, as economias e cadeias de produção globais ainda não se recuperaram totalmente, com países enfrentando altas consideráveis e históricas em suas taxas de inflação e juros, mas existe uma outra epidemia, mais silenciosa e que merece mais atenção de filósofos, sociológos, empresas, famílias e planejadores de política pública. A crescente taxa de jovens em situação de depressão e que depois podem acabar chegando ao suícidio.

Como não sou um especialista em psicologia, vou me valer ao longo do texto da colaboração do amigo Vítor Matos Souza, parceiro recorrente aqui do Hermeneutica em seu excelente canal Psicoeducação no YouTube e também bacharel em psicologia e psicanalista clínico. Antes de tudo vamos aos dados do problema, segundo estudos da renomada universidade John Hopkins apresentado em 2016; o número de jovens com depressão subiu 37% entre os anos de 2005 e 2014; em outra pesquisa a Royal Society of Public Health do Reino Unido apontou um aumento ainda mais assustador de 70% dos casos de depressão em jovens dos 14 aos 24 anos. Aqui no Brasil o Ministério da Saúde apontou em 2019 que os atendimentos no SUS subiram 115% no período entre 2015 e 2018.

Aqui compilei dados dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Brasil com o objetivo de demonstrar que não é um problema localizado em país X ou Y, mas um problema global que não vem sendo enfrentado de maneira adequada pelos atores envolvidos na questão, como a maioria dos intelectuais ainda não trouxe a questão para discussão, ou quando o fazem, acabam por vestir camisas ideológicas bem claras e perceptíveis a discussão acabou ganhando contornos politizados e fracos de conteúdo. Dentro desse universo temos os pseudofilósofos com seus milhares de best sellers de auto ajuda, que mais mal fazem do que bem, tanto ao debate quanto aos que sofrem no momento com a depressão, ainda na conversa os famigerados coachs de “ positividade ” que vendem a estúpida ideia de que pensar positivo resolve algum tipo de problema, e do outro lado o famoso psicólogo e escritor renomado Jordan Peterson, e seus fã boys que adoram chamar ás novas gerações de fracassados e preguiçosos sem entender absolutamente nada do contexto Macropolítico e economico envolvido.

Esses três elementos presentes no debate corrompem qualquer tentativa de se criar um debate público mais sério a respeito, e é isso que irei propor aqui nesse artigo, com a ajuda do Vitor, uma abordagem séria, sóbria e multidisciplinar a respeito.

Depressão e Suícidio são grandes mistérios da psicologia segundo ele, mesmo com anos de estudo dessas áreas e demais áreas correlatas ainda não se têm uma certeza do que leva algúem a chegar nesse estado, ainda restam inclusive dúvidas sobre se a depressão é uma condição psicológica, física ou para alguns espiritual. O que torna ainda mais difícil saber como agir à priori para impedir que aconteça, alguns apontam fatores genéticos, outros apontam algo mais comportamental. Em relação ao Suicídio, Vítor aponta o mesmo problema, a psicologia, a psicanálise e a psiquiatria não conseguem ainda explicar, filosoficamente é algo ilógico pois o instinto de sobrevivência é o mais dominante nos seres humanos, entretanto a racionalidade só é total em psicopatas, sentimentos, no caso a extrema tristeza podem passar por cima do instinto de sobrevivência e da racionalidade inerente do ser humano.  As taxas de suicídio também estão em trajetória ascendente, embora no momento, menos visíveis que as de depressão. Entre 2014 e 2019, o número de suicidas aumentou no Brasil em 28% mas o mais assustador é que entre jovens de 11 a 20 anos o aumento foi de 49,8%.Ainda são poucas pesquisas que já conseguiram mensurar o efeito da pandemia nesses números, mas a previsão de vários especialistas é que essa taxa suba consideravelmente.

Analisando o cenário político global e macroeconomico essa previsão sem dúvida parece fazer sentido, a pandemia tornou bem pior dois problemas que já estavam claros: pela primeira vez na história à geração seguinte será inferior que a atual em termos cognitivos e financeiros, e claramente isso trará impactos sócioeconomicos e políticos, mas também psicológicos. Os jovens de hoje são a geração mais pressionada da história, de um lado a cada vez mais constante pressão por sucesso financeiro, porém atingir esse sucesso ficou progressivamente mais difícil com a aceleração do processo de globalização e a oferta expansiva de cursos universitários derrubou os salários, de outro lado o pesadelo identitário progressista bagunçando ás mentes dos jovens sobre algo crucial para sua vida toda, sua identidade, somado a essas questões, a quase onipresença das telas, celulares, tablets e redes sociais que causam impacto na capacidade de memória, na capacidade argumentativa, e na capacidade de escrita como argumenta o grande linguista e professor de Harvard Steven Pinker, um dos maiores intelectuais da contemporaneidade.

É essa geração que terá que lidar com uma das piores crises economicas da história, que fora prevista para estourar no início dessa década por vários economistas e só não estourou devido ao advento da pandemia que acabou por desaquecer o mercado por basicamente três anos. Crises Econômicas não surgem da noite para o dia, elas tem períodos de maturação, tomemos como exemplo a última crise enfrentada pelo Brasil. Em 2009 quando o governo do PT optou pela questionável nova matriz macroecônomica os problemas só apareceram em 2015, falando em uma ótica internacional, a crise de 29 foi o resultado de quase uma década de superprodução, porém já existem sinais apontando para que os Estados Unidos entrem em recessão em 2022.

 O FED ( banco central americano) fez o correto ao subir a taxa de juros para conter uma alta inflacionária histórica nos Estados Unidos, fruto do pacote de bondades de Trump e Biden após o advento da pandemia, mas é possível que o FED tenha agido tarde demais, a inflação já dá sinais de ter se tornado inercial. Temos um cenário de Inflação inercial quando os índices atuais são a soma da expectativa futura com o valor anterior, quando a economia oferece resistência a políticas de estabilização como o aumento da taxa de juros, o cenário não é positivo, baseado nessa “memória inflacionária”, ou seja, mesmo que não tenha uma razão do preço aumentar, ele aumenta baseado nisso. Além dessa possibilidade de recessão nos Estados Unidos, o ritmo de crescimento chinês também já não é o mesmo.

Qual o ponto dessa explicação economica no meio do artigo, existe uma correlação positiva entre crises economicas e a taxa de suicídios, os números já em tendência de alta devem dar um salto significativo nos próximos anos, os psicólogos americanos David Lester e Bijou Yang em The economy and suicide – economic perspectives on suicide ( 1997 ) apontaram que no período subsequente a grande crise de 1929 a taxa de suicídios disparou, na abordagem da obra fica claro que ao integrar aspectos economicos e sociológicos as recessões podem impactar e ampliar o comportamento suicida, especialmente em grupos e faixas etárias específicas, como os jovens. Ainda no século XIX o eminente sociólogo francês Emile Durkheim já havia estudado o fenômeno na obra “O Suicídio”, Durkheim estabelece uma análise macrossocial sobre o assunto, ancorada no determinismo, o sentir, o agir, o pensar e o falar seriam dessa maneira determinados pela sociedade, os chamados fatores macrossociais são essenciais para a espécie humana. Religião, família, profissão e capacidade de acesso aos bens de consumo ditariam comportamentos e sensações. Durkheim divide as motivações para o Suicídio em 4 tipos, o egoísta, o altruísta, o anomico e o fatalista. Aqui vamos nos concentrar no terceiro tipo que pode ser apontado como o responsável pelo aumento das taxas no contexto que nos encontramos.

O suicídio anomico reflete muito bem a situação atual dos jovens no mundo contemporâneo, criados em uma situação de abundância economica em comparação com a geração anterior, os filhos do plano real nunca enfrentaram a hiperinflação dos anos 80, falando a nível global, a vitória americana na Guerra Fria (1947-1991) e a integração da União Europeia ( ao menos em nível economico ) gerou anos dourados para a economia, a crise de 2008 ou a crise de 2015 no Brasil pegaram esses jovens ainda na escola ou no máximo nos anos iniciais da universidade, essa geração foi criada  pela máxima de que se a satisfação não for imediata ela não existe, portanto cada vez mais ficam infelizes e insatisfeitos com seu estado, que depende em larga escala das condições macroeconomicas globais. Em meu artigo sobre o mercado educacional

O mercado educacional se tornou um problema político ?

ter se transformado num problema político toquei nesse assunto também, argumentando que a incapacidade de emular o padrão de vida de seus pais está fazendo os jovens postergarem ao máximo o início da vida adulta, para piorar a situação geral, no ocidente, o número de pessoas religiosas diminui cada vez mais, o que retira um dos freios que atuava para impedir os atos, a expectativa de uma recompensa após a morte.

É mais simples para a sociedade no geral não prestar atenção nesse tema tão importante ou ser seduzida por um discurso simplificador da realidade em questão como demonstrei no início do texto. Infelizmente é esse o cenário que está posto, o papel dos acadêmicos é levantar o debate, mas nosso alcance é limitado, políticos, empresas e famílias precisam se atentar para o tema antes que os efeitos do mesmo atinja proporções catastróficas sociais, políticas e econômicas.

Bibliografia

DURKHEIM, Emile (1897) O Suicídio . São Paulo: Martins Fontes, 2019

FOSTER, David; YANG, Bijou The economy and suicide, economic perspectives on suicide. Hauppauge: Nova Science Publications Incorporated, 1997

https://g1.globo.com/bemestar/depressao/noticia/2019/09/17/atendimentos-do-sus-a-jovens-com-depressao-crescem-115percent-em-tres-anos.ghtml  Acesso em 21 Junho, 2022

https://www.medley.com.br/blog/saude-mental/setembro-amarelo#:~:text=Um%20estudo%20realizado%20pela%20Univesidade,um%20aumento%20significativo%20at%C3%A9%202014 Acesso em 21 Junho, 2022 https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/09/10/levantamento-indica-alta-no-numero-de-suicidios-entre-jovens-no-brasil.htm Acesso em 21 Junho, 2022

MARCADO:Economia InternacionalEpidemiaPsicologiaSuicídio
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Por Rodrigo Bueno
Rodrigo Bueno é bacharel em Relações Internacionais pelo Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais (IBMEC). Pós graduado em Inteligência e Contra Inteligência pela Associação Brasileira de Estudos de Inteligência e Contra Inteligência (ABEIC/CSABE). Mestrando em Política Internacional ( PUC Minas ). Seu foco principal de estudos é a área da Política Internacional, Filosofia Política e Ciência Política. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3687844525565262
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