Balneário Camboriú representa uma faceta decadente e culturalmente pobre de uma parcela da elite brasileira. Toda a estética da cidade reflete artificialidade e ausência de profundidade cultural. Os arranha-céus e torres de vidro são réplicas de cidades artificiais como Dubai e a arquitetura demonstra a miserável noção artística dessa elite. A elite que habita Balneário é composta, majoritariamente, por funkeiros, socialites, sertanejos universitários, playboys, jogadores de futebol aposentados e prostitutas — todos compartilhando um estilo de vida tão artificial quanto a própria cidade.
Essa é a chamada “elite Q.I. 83”: desprovida de cultura, alheia à literatura e insensível à verdadeira noção de beleza. Tal ignorância se reflete em suas escolhas estéticas, que se resumem a prédios envidraçados ou casas de concreto estéreis. A música que consomem e promovem é um reflexo direto dessa superficialidade: eletrônica comercial, funk ostentação, sertanejo universitário e banalidades como o infame “Descer pra BC”.
No Brasil, podemos identificar quatro tipos principais de elites:
A elite do capital financeiro, que impõe políticas entreguistas e neoliberais, comprometendo a soberania nacional e promovendo o rentismo;
A elite dos bancos, que financia ONGs identitárias, perpetua a usura e reforça a exploração do trabalhador, alinhada aos interesses do mercado financeiro;
A elite do agronegócio, romantizada pela direita, mas cuja riqueza depende da exportação. Enquanto isso, a agricultura familiar é responsável pelo alimento que chega à mesa do brasileiro comum. Culturalmente, o agronegócio patrocina a música sertaneja universitária, que degrada a essência da música caipira de raiz, substituindo-a por letras que exaltam hedonismo, embriaguez e superficialidade;
A elite de Balneário Camboriú, composta por socialites medíocres, playboys fúteis, influencers vazios, prostitutas que vendem sua imagem em plataformas digitais e funkeiros ostentação. Essa elite não produz literatura, não contribui para a música erudita ou tradicional brasileira (como o samba de raiz, o choro ou a moda de viola), nem eleva o espírito ou a moral do país.
De todas essas elites, a última é a mais perniciosa. Apesar dos danos causados pelo capital financeiro, pelos bancos e pelo agronegócio, é essa elite de Balneário que mais contribui para a degradação cultural e mental do brasileiro comum. Ela cria modelos vazios de aspiração: a jovem que quer ser a prostituta do OnlyFans, o jovem que quer ser o playboy baladeiro ou o funkeiro ostentação semiletrado.
O brasileiro médio, em sua busca por status, é seduzido pela ideia de que essa elite representa o ápice da existência humana. Sonha em estar em Balneário Camboriú, ouvindo “Descer pra BC” e consumindo os valores rasos que essa cultura promove.
Por fim, todas essas elites, em diferentes níveis, comprometem o futuro do Brasil. Mas é a última — a elite artificial de Balneário Camboriú — que mais contribui para a mediocridade cultural, intelectual e moral do país